Se já havia intenção do governo Bolsonaro de frear a contratação de servidores públicos, com a crise provocada pela pandemia, isso acabou virando até necessidade. A instrução normativa 46, publicada no Diário Oficial, na quarta-feira, prevê que a abertura de novas vagas em concursos federais precisará obedecer critérios mais rígidos. A partir de 1º de julho, os órgãos federais terão de demonstrar, além da necessidade da vaga, um estudo de impacto de longo prazo dos custos para manter aquele funcionário.
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O secretário de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas do Ministério da Economia, gaúcho Wagner Lenhart, disse ao jornal O Globo que foi feito um cálculo de que a União mantém vínculo com um servidor aprovado em concurso por, em média, 69 anos. Isso leva em conta o tempo que o governo paga de salários para manter o servidor na ativa e como aposentado e, depois, com a pensão para seus dependentes. O governo deve divulgar aos órgãos públicos uma calculadora que permitirá fazer o cálculo.
A mudança, segundo o governo, não significa o fim dos concursos públicos, mas diante da grave crise na economia, não precisa ser adivinho para prever que só haverá contratações nas áreas em que for muito necessário mesmo.